II Domingo do Tempo Comum

O tempo que decorre da segunda-feira que segue a festa do Batismo do Senhor até à terça-feira antes da Quaresma e o que decorre da segunda-feira depois do Pentecostes até às I Vésperas do 1º domingo do Advento, tem o nome de Tempo Comum. São 33 ou 34 semanas distribuídas em dois ciclos e são destinadas “não a celebrar um aspeto particular do mistério de Cristo, mas o próprio mistério de Cristo na sua globalidade, especialmente nos domingos”.

O I Domingo do Tempo Comum foi preenchido com a festa da Epifania.

Neste II Domingo a Palavra de Deus diz-nos que todo o homem, pelo simples facto de estar no mundo, está em estado de “vocação”. Através dos caminhos misteriosos dos acontecimentos humanos mais ordinários e obscuros, Deus o chama à existência por um particular plano de amor. De facto, a vocação, como a existência, é sempre um chamamento pessoal: fala pessoalmente a cada um. Descobrir a própria vocação significa descobrir o plano de vida que tem para cada um de nós, porque a iniciativa é sempre d’Ele.

A 1ª leitura é do I Livro de Samuel. Samuel é-nos apresentado ainda como um menino, que vive tranquilamente no templo do Senhor em Silo, ajudando o sacerdote Heli. Não sabe de onde provém a voz e então dirige-se a Heli. Este dá-se conta de que se trata duma mensagem do Céu e sugere ao rapaz qual a disposição espiritual que deve assumir. A Deus que chama não se pode responder senão assim: “Falai, Senhor, que o vosso servo escuta”.

A 2ª leitura é da Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios. Tendo conhecido que entre os Coríntios havia certas desordens de ordem sexual, Paulo diz-lhes que tal corrupção é incompatível com a vida do batizado, porque está unido a Cristo e forma com Ele um único corpo. Os pensamentos, as palavras e os atos do cristão devem ser os de Cristo e é inconcebível que o corpo de Cristo possa servir à imoralidade. Além disso, o corpo do cristão é templo do Espírito Santo. É Ele que toma posse da pessoa do batizado, suscitando nele novos pensamentos, guiando-lhe os sentimentos e produzindo obras de amor.

O Evangelho é de São João. João Baptista estava com dois dos seus discípulos e, ao ver Jesus que passava, fitou os olhos n’Ele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus”. Os dois discípulos, ao ouvirem estas palavras, deixaram-no imediatamente para seguir o novo Mestre. Depois de passarem a noite com Jesus, são os primeiros a chamar outros discípulos.