
Transfiguração do Senhor
6 de agosto de 2025
[Festa | Quarta-feira]
A cruz não é o termo. A dor não é o último destino do homem. É um caminho e nada mais… […] Ao regressar de Cesareia, Jesus chegou, com os Doze, em uma tarde de Agosto, ao sopé do Tabor, montanha graciosa, símbolo da felicidade sobrenatural, do amor beatífico, do abraço de Deus. Deixou nove discípulos na falda do monte e, levando consigo Pedro, João e Tiago, subiu ao cume, para orar. […]
Chegando a um lugar tranquilo, começaram a orar. Jesus prolongou a sua oração, mas os discípulos estavam rendidos de sono. Adormeceram. «Enquanto Jesus orava transfigurou-se diante deles e o seu rosto resplandecia como o sol e as suas vestes tornaram-se brilhantes e duma alvura extrema, como a da neve. Neste instante apareceram Moisés e Elias em forma gloriosa, falando com Ele; e falavam da sua saída (deste mundo), que havia de cumprir-se em Jerusalém.
Leia a parte restante da longa e bela página que narra o episódio da transfiguração de Jesus no II volume da obra «Santos de cada dia – Maio, junho, julho e agosto», que aqui transcrevemos integralmente, com a devida vénia. A obra, com as biografias e notas históricas dos Santos de todos os dias, é publicada pelo Secretariado Nacional do Apostolado da Oração – 4ª edição, revista e atualizada por António José Coelho, S.J., Editorial A.O., Braga 2003 (páginas 393-395).
Convidamos também a abrir o SITE https://www.liturgia.pt/ onde, além de informações e materiais preciosos, incluindo publicações diversas, encontra as leituras bíblicas, orações e referências históricas para cada dia do Ano Litúrgico, nomeadamente o Martirológio. HOJE
Os botões com os títulos dos cânticos propostos a seguir estão ligados às respetivas partituras – em formato PDF – que incluem uma versão instrumental das respetivas melodias. Para quaisquer dúvidas, comentários ou pedidos, não hesite em contactar o titular do site, utilizando este formulário.
Programa
Cânticos
Autor
Ver ainda: LIVRO DO SALMISTA Ano C – Pág. 303-304
Ver ainda: CNL-431.847.720.562.563.1022.917.617
Observação
Para o Ordinário da Missa aconselham-se os cânticos do Cantoral Nacional para a Liturgia [CNL],
publicado pelo Secretariado Nacional de Liturgia (julho de 2019), e os Cânticos do Ordinário da Missa (SNL):
- Acto penitencial – números 11-26
- Glória – números 27-31
- Aleluia – números 44-57
- Santo – números 89-97
- Cordeiro de Deus – números 114-123.
Proposta complementar de cânticos para este domingo com base apenas no Cantoral Nacional para a Liturgia (CNL)
Entrada |
Salmo Responsorial |
Comunhão |
Pós-Comunhão |
Este é o meu Filho muito amado |
Quem poderá subir |
O Senhor é rei, o Altíssimo |
Jesus tomou consigo |
Jesus tomou consigo |
Senhor, Tu és a luz |
A luz de Cristo |
431 |
847 |
720 |
562 |
563 |
917 |
617 |

A Transfiguração do Senhor
A cruz não é o termo. A dor não é o último destino do homem. É um caminho e nada mais, um meio para chegar ao gozo do Senhor. E Jesus quer dar uma amostra desse gozo aos três discípulos que hão-de presenciar, mais de perto, os tormentos da sua Paixão. Ao regressar de Cesareia, chegou, com os Doze, em uma tarde de Agosto, ao sopé do Tabor, montanha graciosa, símbolo da felicidade sobrenatural, do amor beatífico, do abraço de Deus. Deixou nove discípulos na falda do monte e, levando consigo Pedro, João e Tiago, subiu ao cume, para orar.
Dizem que Pedro representa os constantes na fé, Tiago os firmes na esperança, João os ardentes no amor. Pedro é o Vigário de Jesus Cristo; João, o discípulo virgem; Tiago, o primeiro Apóstolo mártir.
Chegando a um lugar tranquilo, começaram a orar. Jesus prolongou a sua oração, mas os discípulos estavam rendidos de sono. Adormeceram. «Enquanto Jesus orava transfigurou-se diante deles e o seu rosto resplandecia como o sol e as suas vestes tornaram-se brilhantes e duma alvura extrema, como a da neve. Neste instante apareceram Moisés e Elias em forma gloriosa, falando com Ele; e falavam da sua saída (deste mundo), que havia de cumprir-se em Jerusalém.
Os discípulos, ao despertar viram a glória de Jesus e os dois varões que estavam com Ele».
Que impressão para os três! Ver o seu amado Mestre, cheio de graça, formosura e majestade, a conversar com aqueles dois santíssimos varões: Moisés, o libertador do povo judeu, e Elias, o grande profeta mártir, que durante a vida haviam ansiado pela vinda do Ungido do Senhor e agora eram chamados do outro mundo para O ver, ouvir e Lhe falar…
A Transfiguração é a vitória da Luz: Elias foi arrebatado ao Céu em carro luminoso de fogo; Moisés desceu do monte com feixes de luz na fronte. Jesus é a Luz eterna, é Luz da Luz que ilumina a todo o homem que vem a este mundo.
Desde que nasceu, a beleza divina da sua alma não cessou de crescer aos olhos dos homens. Agora brilhava deslumbrante. Transparecia através do corpo e do vestido. Erguia o seu corpo acima da terra, e se Jesus não tivera atendido senão às exigências da sua natureza divinizada, ter-se-ia realizado ali a ascensão. Mas renunciava a ela e falava com os dois Aparecidos a respeito de como havia de sair da vida mortal.
Elias saíra sem morrer. Moisés saíra morrendo, mas de morte tão suave que a Escritura afirma que expirou no ósculo de Deus. Ambos conheceram, sobre este monte, uma ciência mais alta. A ciência de preferir a morte: a ciência de morrer ignominiosamente em uma cruz, nu, desprezado, escarnecido pela multidão, abandonado do próprio Deus, para realizar assim a redenção dos homens.
Eis do que se falava sobre o Tabor. Moisés e Elias contemplavam extáticos, mudos de assombro e de admiração, aquela maneira de sair da vida, única, maravilhosa, digna de Jesus.
Nem Pedro nem Tiago nem João compreendiam aquilo. Só viam a glória. E como amavam ternamente o seu Mestre, assistiam radiantes à sua glorificação. A Pedro que, como os grandes corações, tinha o segredo das frases belas, ocorreu uma, admirável: «Senhor, como se está bem aqui: façamos três tendas, uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias».
Para si não pedia nada, porque tinha a certeza de participar da glória do seu bom Mestre. Mas o Evangelista adverte que, falando assim, «Pedro não sabia o que dizia».
Estando Ele ainda afalar veio uma nuvem luminosa que os envolveu e ao entrarem na mesma tiveram medo. E eis que saiu da nuvem uma voz que dizia:
– Este é o meu Filho amado em quem pus toda a minha complacência. Ouvi-O.
Ouvindo aquela voz, os discípulos caíram de bruços e tiveram muito medo. Porém, Jesus aproximou-Se deles, tocou-lhes e disse: «Erguei-vos e não temais. Eles então, erguendo os olhos e olhando à volta, não viram ninguém senão Jesus».
Tudo voltara ao estado normal. O rosto de Jesus perdera o seu fulgor, a túnica era como todos os dias e Ele voltava a ser o Amigo carinhoso de cada hora. Nessa noite, porém, três homens tinham assistido à glória do Nazareno e escutado a voz de Deus: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». E um deles, Pedro, poderá um dia escrever nas suas cartas: «Nós escutámos esta voz descida do Céu, quando estávamos com Ele no monte santo».
E para defender a verdade do seu testemunho, viria a morrer mártir. Antigamente, Deus falou aos Patriarcas por meio dos Profetas. Agora fala-nos por meio do seu Filho. Com Ele dá-nos tudo, por Ele nos diz tudo: escutemo-Lo.
Quando desciam do monte, Jesus interrompeu o silêncio em que vinham, meditando no que acabavam de ver, e disse-lhes: «A ninguém direis o que vistes, até que o Filho do Homem ressuscite de entre os mortos».
E eles calaram-se durante aqueles dias e não disseram a ninguém o que tinham visto; mas, de si para si, cogitavam o que significaria quando ressuscite de entre os mortos.
Parecia-lhes impossível que o seu Mestre pudesse morrer e estar entre os mortos e por isso desconfiavam que aquela frase tivesse qualquer sentido misterioso.
Apagadas as luzes do Tabor, tinham de descer às misérias da vida diária, às rivalidades dos fariseus, aos ataques do Tentador. Já não viam as claridades do monte nem escutavam a voz do Pai. Não é possível permanecer sempre no gozo das alturas. É preciso descer. Mas continuaram eles e continuamos nós escutando a voz do Filho nas palavras do seu Evangelho «que fazeis muito bem em atender, como a luz que brilha no meio das trevas, até que nasça o dia e se acenda a luz nos vossos corações».
Assim nos diz, aconselhando-nos a ouvir a palavra de Deus escrita, o próprio S. Pedro, aquele ditoso apóstolo que escutou a sua palavra falada.
Fazeis muito bem atendendo-a, que a sua palavra é luz e esta vida é uma passagem tenebrosa. Esperai algum tempo: também para vós brilhará o dia de uma transfiguração maravilhosa e nascerá em vossos corações uma torrente de luz e ficareis convertidos em claridade e sereis semelhantes a Deus, porque O vereis tal como é: não brilhante como o Sol, não branco como a neve, mas como é… E cantareis eternamente o hino de gratidão e de amor: «Senhor! Como estamos bem aqui!»

Como curiosidade, mas também para apreciação e aprofundamento, eis as páginas do Missal Quotidiano e Vesperal publicado em Bruges (Bélgica, em 1936), referentes a este dia e toda a abrangente apresentação (resumo) do tempo depois de Pentecostes (exposição dogmática) – páginas 803-825 desse precioso Missal.

Concertos e atuações do Grupo Coral (mais de trinta), desde a sua fundação, em 2014.
Lista dos cânticos publicados neste site, por ordem alfabética e por tempos litúrgicos
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