Mosaicos na Paróquia dos Santos Protomártires Romanos (Santi Protomartiri Romani) - Via Angelo di Pietro, 50

Os primeiros Mártires da Igreja de Roma

30 de junho 2025

Na Praça de S. Pedro, no Vaticano, e nas vizinhanças, deram-se os horrores da perseguição de Nero. Estamos no local dos jardins de Agripina, mulher de Germânico, os quais dela passaram para o filho, Calígula, e assim deram entrada no património imperial. Calígula construiu neles um circo e um lago (naumaquia), e o filho doutra Agripina, Nero, fez mais tarde a ponte de ligação com a outra margem do Tibre, onde se encontra a maior parte da Roma antiga.
Do lado sul da Basílica Vaticana, há um recinto pequeno, chamado ainda hoje Praça dos Protomártires (primeiros mártires) Romanos. As iluminações, que lá se veem na noite de 26 de junho, evocam as fogueiras que, pelo ano 64 ou 65, extinguiram, ou sublimaram, humildes e heroicas vidas humanas.

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Programa

Cânticos

Autor

Cântico de Entrada

A. Oliveira

Salmo responsorial

A. Oliveira

Pós-comunhão

A. Oliveira

Observação

Para o Ordinário da Missa aconselham-se os cânticos do Cantoral Nacional para a Liturgia [CNL],
publicado pelo Secretariado Nacional de Liturgia (julho de 2019):

  1. Acto penitencial – números 11-26
  2. Glória – números 27-31
  3. Aleluia – números 44-57
  4. Santo – números 89-97
  5. Cordeiro de Deus – números 114-123.

Roma ardera seis dias e sete noites. O Circo Máximo, em parte de madeira, ficou inutilizável, e provavelmente também o Circo Flamínio. Ainda assim, o povo não queria prescindir dos jogos em honra de Vénus, ao mesmo tempo que atribuiu a Nero a culpa do incêndio.
Eis como se exprime o pagão Tácito (cerca de 55-120): «Para fazer calar esta voz, Nero apresenta réus e sujeita aos suplícios mais cruéis os homens, odiosos pelos seus crimes, a que o vulgo chama cristãos. Aquele de quem eles derivam o nome, Cristo, foi, durante o reinado de Tibério, supliciado pelo procurador Pôncio Pilatos. A execrável superstição, a princípio reprimida, irrompeu de novo, não só na Judeia, origem deste mal, mas até em Roma, aonde vem ter e onde se junta o que existe, por toda a parte fora dela, de mais atroz e mais vergonhoso».
E descreve mais diretamente os cristãos e os seus tormentos: «Prendem-se primeiro os que manifestam (seguir o Cristianismo), e depois, conforme as indicações que eles dão, prendem-se outros em massa, condenados menos pelo crime de incêndio do que pelo ódio que lhes tem o género humano. Aos tormentos juntam-se as mofas, homens envolvidos em peles de animais morrem despedaçados pelos cães, ou são presos a cruzes, ou destinados a ser abrasados e acendidos, à maneira de luz noturna, ao acabar o dia».
Por último, faz-nos ver Nero e incrimina de novo os cristãos, mas tem alguma pena deles: «Nero ofereceu os seus jardins para este espetáculo; vestido de cocheiro, corre misturado com a multidão, ou em cima dum carro. E, se bem que tais homens sejam culpados e dignos dos piores suplícios, a gente tem pena deles, porque são sacrificados, não à utilidade pública, mas à crueldade de um só».
Até aqui Tácito. Segundo a oferta de Nero, houve pelo menos uma festa diurna e outra noturna. Primeiro, desfilavam em cortejo os condenados, entre guardas munidos de azorragues. Depois, era a venatio ou exposição deles às feras e a certos cães, ensinados especialmente para os jogos de circo, como diz Estrabão.
Terá havido também mulheres, vítimas destes variados tormentos? S. Clemente papa, escrevendo trinta anos depois, cita algumas entre essa «ingente multidão de elei¬tos… que deixaram ilustre exemplo». Podemos supor que algumas cristãs tenham sido obrigadas a figurar nas costumadas representações teatrais, meio dramas meio bailados, «pyrricha», nas quais os condenados à morte desempenhavam os papéis trágicos e eram de facto assassinados em cena, com variados requintes.
Séneca (cerca de – 4 até 65), em duas cartas a Lucílio, para animar o amigo a suportar — com indiferença pelos males, estoicamente — as dores da gota, enumera assim os suplícios mais refinados que presenciara: «O ferro, as chamas, as cadeias, a multidão dos animais ferozes saciando-se de entranhas humanas; a prisão, as cruzes, os ecúleos, os ganchos, o pau a atravessar o tronco da vítima e a sair-lhe pela cabeça, os membros esquartejados, a túnica embebida em matérias inflamáveis e com elas tecida».
E, noutra carta, apresenta-lhe as vítimas de tais suplícios: «Que é isso (refere-se à doença do amigo), que é isso ao lado da chama e do ecúleo e das lâminas em brasa e dos ferros chegados às feridas inchadas, para as renovar e aprofundar? No meio de tudo isto, um não gemeu. Mais, nada pediu. Mais, não respondeu. Mais ainda, sorriu e de vontade».
Escrevendo ainda a outra pessoa, fala Séneca da crucifixão de cabeça para baixo: «Vejo aí cruzes não todas do mesmo feitio, mas fabricadas de diversos modos: alguns condenados foram suspendidos nelas de cabeça para baixo». Ora o segundo texto do filósofo cordovês não se pode referir nem a justiçados vulgares, que não davam tais exemplos de doçura, nem a notáveis estoicos, que morriam corajosamente sim, mas sem passarem pelas referidas torturas. E todos os três passos, sobretudo os dois últimos, parecem visar os cristãos dos trágicos dias de Nero.
Terá sido martirizado S. Pedro em companhia dessa «multidão de eleitos… que deixaram ilustre exemplo»? Não há concordância entre os antigos autores sobre a data da sua execução. Segundo o Pseudo-Lino, S. Pedro foi justiçado «junto do obelisco de Nero». Estando então o obelisco no lugar donde o tirou Sisto V em 1586, podemos concluir que o martírio se deu na atual Praça dos Protomártires, ou pertíssimo, isto é, junto da extremidade do transepto esquerdo da Basílica.
E é certo, segundo confirmaram as escavações realizadas durante o pontificado de Pio XII (1939-1958), que S. Pedro encontrou sepultura debaixo do altar papal e da cúpula de Miguel Ângelo. Desde a volta de Avinhão, residem os Papas habitualmente no Palácio Vaticano, bem perto da sepultura de S. Pedro e da Praça dos primeiros Mártires romanos.
S. Paulo, decapitado junto da estrada que leva a Ostia, em «Tre Fontane», foi sepultado no túmulo de Lucina, existente num cemitério que em boa parte ainda hoje se vê. O local foi consagrado por uma grande basílica constantiniana.

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