S. Silvestre I, Papa (+ 335)
Dezembro 31
Piedoso e santo, mas de personalidade pouco marcada, apagou-se ao lado dum Imperador culto e ousado como Constantino, o qual, mais que servi-lo se terá antes servido dele, da sua simplicidade e humanidade, agindo por vezes como verdadeiro bispo da Igreja, sobretudo no Oriente, onde recebe o nome de Isapóstolo, isto é, igual aos apóstolos. […]
No contexto da luta contra o Arianismo, convocou o primeiro Concílio Ecuménico (universal), que reuniu em Niceia, no ano 325, mais de 300 bispos, com o próprio Imperador a presidir em lugar de honra. Os Padres conciliares não tiveram dificuldade em fazer prevalecer a doutrina recebida dos Apóstolos sobre a divindade de Cristo, proposta energicamente pelo bispo de Alexandria. Santo Atanásio. A heresia de Ario foi condenada sem hesitação e a ortodoxia trinitária ficou exarada no chamado Símbolo Niceno ou Credo, ratificado por S. Silvestre.
Constantino, satisfeito com a união estabelecida, parte no ano seguinte para as margens do Bósforo onde, em 330, inaugura Constantinopla, a que seria a nova capital do Império, eixo nevrálgico entre o Oriente e o Ocidente, até à sua queda em poder dos turcos otomanos, em 1453.
Data dessa altura a chamada doação constantiniana, mediante a qual o Imperador entrega à Igreja, na pessoa de S. Silvestre, a Domus Faustae, Casa de Fausta, sua esposa, ou palácio imperial de Latrão (residência papal até Leão XI), junto ao qual se ergueria uma grandiosa basílica de cinco naves, dedicada a Cristo Salvador e mais tarde a S. João Baptista e S. João Evangelista (futura e atual catedral episcopal de Roma, S. João de Latrão). Mais tarde, doaria igualmente a própria cidade.
Depois de um longo pontificado, cheio de acontecimentos e transformações profundas na vida da Igreja, morre S. Silvestre I no último dia do ano 335, dia em que a Igreja venera a sua memória.
Pode ler a parte restante da breve biografia deste Santo, de que transcrevemos aqui a parte substancial, nas páginas 453-454 do III volume da obra «Santos de cada dia – Setembro, Outubro, Novembro, Dezembro», publicado pelo Secretariado Nacional do Apostolado da Oração – 4ª edição, revista e atualizada por António José Coelho, S.J., Editorial A.O., Braga 2003.