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Santa Maria de África | Dedicação de Santa Maria Maior (das Neves)

Agosto 5

Imagem gerada pelos algoritmos da Net

Não é uma celebração universal no calendário litúrgico da Igreja Católica, mas uma festa local ou regional, com reconhecimento na diocese de Ceuta e nas dioceses de Cabo Verde, celebrada como Festa da Virgem Santa Maria de África.

Esta devoção mariana tem raízes históricas que remontam ao período da presença portuguesa em Ceuta, no século XV (1421), após a conquista portuguesa da cidade, quando o Infante D. Henrique introduziu a imagem da Virgem na cidade. Com o tempo, a devoção à Virgem Santa Maria de África espalhou-se para outras regiões de influência portuguesa, onde foi incorporada ao calendário litúrgico local, mas é especialmente venerada em Ceuta, cidade espanhola no norte da África

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Interior da Basílica de Santa Maria Maior, em Roma: teto em caixotões de madeira e mosaico na concha da ábside, representando a coração de Maria, com episódios do nascimento e da vida de Cristo

Santa Maria Maior é a grande igreja mariana de Roma. Chama-se maior desde o século VII ou IX, por causa da antiguidade e da dignidade. A dedicação a 5 de agosto é assinalada no martirológio jeronimiano com um privilégio raro. A basílica Sicinini foi cristianizada no tempo do papa Libério, no meio do século IV, daí o nome de basílica liberiana. Foi restaurada e consagrada em honra da Virgem Maria pelo papa Sisto III, pelo ano de 435. No alto do arco triunfal deste venerável templo lê-se: XYSTUS EPISCOPUS PLEBI DEI — «Sisto, bispo, ao povo de Deus».

Segundo uma bela lenda medieval, Nossa Senhora apareceu em sonhos a um patrício, João, no tempo de Libério (352-366), e disse-lhe que levantasse uma igreja em sua honra no lugar que lhe fosse indicado pela neve. Neve, em Agosto, em Roma? Pois bem, no dia seguinte ela cobria parte da colina chamada Esquilino. Lenda tardia, que não deixa talvez de relacionar-se com o hábito de deitar do teto flores brancas, neste dia, sobre as lajes da basílica… já construída. Tais pétalas nevosas, a festejarem a Imaculada, são efeito ou causa da lenda? E a partir do século VII, figura também lá “Santa Maria ad praesepe”: junto do presépio, por causa dumas relíquias (agora numa capelinha debaixo do altar-mor) que recordam a gruta de Belém. É nobre esta igreja, ainda radiosa com a grande alegria que expressou, logo a seguir ao concílio de Éfeso (431), ao proclamar a Theotókos (= Mãe de Deus); igreja toda resplandecente de mosaicos, de ouros variados mas não estridentes.

 

Este é o início da página dedicada à festa hodierna, no II volume da obra «Santos de cada dia – Maio, junho, julho e agosto», que aqui transcrevemos com a devida vénia. Pode lê-la integralmente na obra publicada pelo Secretariado Nacional do Apostolado da Oração – 4ª edição, revista e atualizada por António José Coelho, S.J., Editorial A.O., Braga 2003 (páginas 391-392).