Assunção da Virgem Santa Maria

15 de agosto de 2025 [Solenidade]

Nossa Senhora da Assunção – “Assunta” – Tiziano (Veneza, Igreja-musei dei Frari)

Ao terminar a sua missão na terra, Maria, a Imaculada Mãe de Deus, “foi elevada em corpo e alma à glória do Céu” (Pio XII), sendo assim a primeira criatura humana a alcançar a plenitude da salvação. Esta glorificação de Maria é consequência natural da sua Maternidade divina. É também fruto da íntima e profunda união existente entre Maria e a sua missão e Cristo e a sua obra salvadora. O triunfo de Maria, mãe e filha da Igreja, será o triunfo da Igreja, quando, juntamente com a humanidade, atingir a glória plena, de que Maria goza já. A Assunção de Maria ao Céu, em corpo e alma, é a garantia de que também o nosso corpo ressuscitará e assim triunfará da morte.

A 1ª leitura é do Livro do Apocalipse. A Mulher que, na glória e na dor, dá à luz um Filho, contra o qual se encarniça o Dragão, é a imagem de Maria, que, pela sua fé e pela sua fidelidade, deu ao mundo o Salvador. Mas o mistério de Maria é o mistério da Igreja, que, pela graça, gera Cristo nas almas. Por isso, a Mãe contemplada por João na sua visão é, ao mesmo tempo, Maria e a Igreja. E Maria enquanto modelo da Igreja.

A 2ª leitura é da Primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios. Se às primícias se seguem os frutos da colheita, à Ressurreição de Cristo seguir-se-á a nossa. Ora Maria foi o primeiro membro do Povo de Deus a participar da vitória de Cristo. ela sua Assunção, ela entrou na glória de Cristo ressuscitado e tornou-se assim “as primícias” de todos os ressuscitados.

O Evangelho, segundo S. Lucas, narra-nos a visita de Maria à sua parenta Isabel. A vinda e a obra redentora do Messias só são possíveis graças à colaboração de Maria, “Mãe do Senhor”, isto é, de Deus. Por essa razão, Isabel chama-a bendita entre todas as mulheres. Maria sabe, porém, que a glória única de ser Mãe de Deus se deve apenas à eleição divina. Por isso, canta as misericórdias e o poder de Deus, que nela realizou grandes coisas.

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Os comentários aqui publicados foram solicitados, para a página da Secção de Música Sacra do Santuário de Fátima, pelo P. Artur Oliveira ao P. Manuel da Silva Gaspar, a quem se agradece a resposta solícita e amável que deu ao pedido.

Publicamos nesta mesma página, com a devida vénia, uma apresentação histórica mais desenvolvida desta Solenidade publicada na obra «Santos de cada dia – Maio, junho, julho e agosto», do Secretariado Nacional do Apostolado da Oração. Ler

Convidamos também a abrir o SITE https://www.liturgia.pt/ onde, além de informações e materiais preciosos, incluindo publicações diversas, encontra as leituras bíblicas, orações e referências históricas para cada dia do Ano Litúrgico, nomeadamente o Martirológio. HOJE

Os botões com os títulos dos cânticos propostos a seguir estão ligados às respetivas partituras – em formato PDF – que incluem uma versão instrumental das respetivas melodias. Para quaisquer dúvidas, comentários ou pedidos, não hesite em contactar o titular do site, utilizando este formulário.

Programa

Missa daVigília 

Cânticos

Autor

Cântico de Entrada

A. Oliveira

Salmo responsorial

A. Oliveira

Ver ainda: LIVRO DO SALMISTA Ano C – 305-307

Pós-comunhão

C. Silva

Oração Universal

[N.º 113]

Missa do dia

Cânticos

Autor

Cântico de Entrada

A. Oliveira

Salmo responsorial

A. Oliveira

Ver ainda: LIVRO DO SALMISTA Ano C –  págs. 305 a 312 

Pós-comunhão

C. Silva

Observação

Para o Ordinário da Missa aconselham-se os cânticos do Cantoral Nacional para a Liturgia [CNL],
publicado pelo Secretariado Nacional de Liturgia (julho de 2019) e os Cânticos do Ordinário da Missa (SNL):

  1. Acto penitencial – números 11-26
  2. Glória – números 27-31
  3. Aleluia – números 44-57
  4. Santo – números 89-97
  5. Cordeiro de Deus – números 114-123.

Oração Universal

[N.º 113]

Proposta complementar de cânticos para este domingo com base apenas no Cantoral Nacional para a Liturgia (CNL)

Entrada
Salmo Responsorial
Comunhão
Pós-Comunhão
Salve, ó Virgem Maria
Glória da humanidade
À vossa direita
Todas as gerações
O pão que comemos
O Senhor olhou
Virgem santa e imaculada
886
513
164
960
692
740
1017

Assunção de Nossa Senhora

Pedro Calapez, painéis dos Mistérios do Rosário na Basílica da Santíssima Trindade (Fátima) | Mistérios da Glória | 4.º Mistério | A assunção de Nossa Senhora

A morte da Virgem Maria chama-se dormição, porque foi sonho de amor. Não foi triste nem dolorosa; foi o cumprimento dum desejo. Ela não tinha pecado e não tinha por que temer. Não era a morte para ela porta escura, por que tivesse forçosamente de passar, túnel estreito cuja saída se desconhece, mas sim arco de triunfo, janela florida a comunicar com o Oriente, iluminada pela luz da aurora, pelos raios do sol eterno, do dia que não tem ocaso. Pomba mensageira que volta ao seu pombal, a Virgem entrava verdadeiramente em sua casa. Num ósculo de amor entregava a alma ao Filho querido. Na terra tinha aberto os braços para conduzir Jesus Menino; agora, no umbral do céu, Jesus, Juiz, abre os seus para receber a Mãe.

Depois da Ascensão, a Virgem Santíssima aparece com os Apóstolos no Cenáculo. A tradição mais autorizada continua a falar-nos de Jerusalém como residência nos seus últimos anos de vida. A viagem para Éfeso não merece qualquer crédito, pois não apresenta testemunhos em seu favor. Todos os Santos Padres, que insistem nas glórias de Éfeso, calam que lá tenha vivido Maria. S. João, que a acompanhou como filho, figura entre as colunas da Igreja de Jerusalém até ao primeiro concílio apostólico do ano 48 ou 50.

A vida da Virgem Maria depois da Ascensão de Jesus não pôde, por outro lado, durar muito. A dor da mais atribulada das mães teve de deixar vestígios profundíssimos. Devia ela ter uns 50 anos quando Jesus foi para o céu. Tinha sofrido muito: as dúvidas do seu Esposo, o abandono e pobreza de Belém, o desterro do Egipto, os temores de Arquelau, a vida calada e laboriosa de Nazaré, a perda prematura do Filho, a separação no princípio do ministério público, o ódio, a perseguição de escribas e fariseus, a Paixão, o Calvário, a morte do Filho e a própria soledade.

Com a Ascensão começou novo género de tormento, próprio de todos os que amam: a separação, o apartamento e a saudade da Pessoa amada. Maria Santíssima pôde sobreviver uns dez ou doze anos a seu Filho, mas muito provavelmente não os ultrapassou. porque estava doente de amor, como se estivessem escritas para ela as palavras do Cântico dos Cânticos: «Conjuro-vos, filhas de Jerusalém, que, se encontrardes o meu Amigo, lhe digais que desfaleço de amor». S. Bernardo e S. Francisco de Sales estavam convencidos de a Virgem Maria ter morrido de amor: «É impossível imaginar que a verdadeira Mãe natural do Filho tenha morrido doutra morte; a morte mais nobre de todas é devida, por conseguinte, à mais nobre vida que jamais houve entre as criaturas; morte que mesmo os anjos desejariam apreciar, se fossem capazes de morrer».

É probabilíssima, e hoje bastante comum, a crença de a Santíssima Virgem ter morrido antes que se realizasse a dispersão dos Apóstolos e a perseguição de Herodes Agripa, no ano 42 ou 44. Teria então uns 60 anos de idade. Quanta virtude e mérito tinha acumulado a Imaculada Mãe de Deus! No tempo da sega é quando está mais fragrante o prado.

Embora a Sagrada Escritura nada diga, a crença universal da Igreja é que a Virgem morreu, como tinha morrido também o seu Filho. A tradição antiga, tanto escrita como arqueológica, localiza a sua morte no Monte Sião, na mesma casa em que seu Filho celebrara os mistérios da Eucaristia e, em seguida, tinha descido o Espírito Santo sobre os Apóstolos. Já em época antiquíssima se chamou àquela primeira igreja «Santa Maria do Monte Sião». E hoje, sobre parte da área que a Basílica Constantinopolitana ocupou, levanta-se «a igreja da Dormição», magnífica rotunda de estilo gótico, consagrada em 1910, cujas pontiagudas torres se descobrem de todos os ângulos de Jerusalém. O som alegre dos sinos enche várias vezes por dia a atmosfera da Cidade Santa, sobretudo nas festas de Nossa Senhora.

A memória do trânsito de Maria no Monte Sião quase se sobrepôs a todas as recordações evangélicas. Hoje em dia é o lugar preferido pelos fiéis de todas as confissões cristãs para o seu último descanso na terra. Assim, vê-se rodeado de vários cemitérios: católico, grego, arménio e protestante anglicano.

Os Apóstolos que estavam em Jerusalém, e todos ou grande número de fiéis, acompanharam o cadáver da Mãe de Deus até ao vale de Josafat, perto do Jardim de Getsémani, no flanco seco do Cedrão, onde tinham preparado a sepultura. Lá se vê hoje um deterio-rado frontispício de igreja, ogival, cuja porta leva, depois de enorme escadaria, até ao fundo duma caverna tenebrosa. À medida que o devoto peregrino vai descendo, parece brotar de baixo para cima o sussurro de orações e a fumarada de incenso. No mais fundo notam-se restos duma cripta com as paredes cobertas de grosseira vegetação. À mão direita, para Oriente, um nicho protege um grande banco de pedra, iluminado com muitas lâmpadas de cores variadas. Aqui, segundo a velha tradição, descansou o corpo da Mãe de Deus. Mas sobre este sepulcro pode-se hoje colocar a velha inscrição que o anjo deu para o de Jesus: «Ressuscitou, não está aqui».

Esta a fé universal na Igreja desde tempos remotíssimos. A Virgem Maria ressuscitou, como o seu Filho. A sua alma imortal uniu-se ao corpo, antes de a corrupção tocar naquela carne virginal, que não se vira nunca manchada pelo hálito de nenhum pecado. Ressuscitou a Virgem Santíssima, como ressuscitara Jesus, mas não ficou na terra. Imediatamente foi levantada ou tomada pelos anjos e colocada no palácio real da glória. Não subiu aos céus, como fez Jesus, com a sua própria virtude e poder, mas foi erguida por graça e privilégio, que _Deus lhe concedeu como a Virgem antes do parto, no parto e depois do parto, como a Mãe de Deus.

Por meio da Constituição Apostólica Munificenti ssimus Deus, definiu Pio XII esta doutrina como dogma de fé. Neste documento da maior autoridade, referiu-se às relações entre a Imaculada Conceição e a Assunção, às petições recebidas para a definição dogmática, à consulta por ele dirigida ao Episcopado, à doutrina concorde do Magistério da Igreja, e a tratar-se de verdade revelada por Deus. Resumiu brevemente os testemunhos de crença na Assunção, a devoção dos fiéis ao mesmo mistério, o testemunho da Liturgia, a celebração da festa pelos fiéis, e depois o testemunho dos Santos Padres, o dos teólogos escolásticos desde os primórdios, passando pelo período áureo e atingindo a escolástica posterior e os tempos modernos. Em seguida, ponderou o fundamento escriturístico da definição e a oportunidade da mesma, para, em último lugar, a exprimir deste modo: «Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a luz do Espírito de Verdade para glória de Deus omnipotente, que à Virgem Maria concedeu a sua especial benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte; para aumento da glória da sua augusta Mãe; e para gozo e júbilo de toda a Igreja – com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Bem-aventurados Apóstolos S. Pedro e S. Paulo e com a Nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: A IMACULADA MÃE DE DEUS, A SEMPRE VIRGEM MARIA, TERMINADO O CURSO DA VIDA TERRESTRE FOI ASSUNTA EM CORPO E ALMA À GLÓRIA CELESTIAL.»

Pelo que, se alguém, o que Deus não permita, ousar voluntariamente negar ou pôr em dúvida esta Nossa definição, saiba que naufraga na fé divina e católica.

Para que chegue ao conhecimento de toda a Igreja esta Nossa definição da Assunção corpórea da Virgem Maria ao Céu, queremos que se conservem estas letras para perpétua memória; mandamos também que aos seus transuntos ou cópias, mesmo impressas, desde que sejam subscritas pela mão de algum notário público, e munidas com o selo de alguma pessoa constituída em dignidade eclesiástica, se lhes dê o mesmo crédito que às presentes se fossem apresentadas e mostradas.

A ninguém pois seja lícito infringir esta nossa declaração, proclamação e definição, ou temerariamente opor-se-lhe e contrariá-la. Se alguém presumir intentá-lo, saiba que incorre na indignação de Deus Omnipotente e dos Bem-aventurados Apóstolos S. Pedro e S. Paulo.

Dada em Roma, junto de S. Pedro, no ano do Jubileu maior, mil novecentos e cinquenta, no dia primeiro de novembro, festa de todos os Santos, no ano duodécimo do Nosso Pontificado.»

In: «Santos de cada dia – Maio, junho, julho e agosto», Secretariado Nacional do Apostolado da Oração – 4ª edição, revista e atualizada por António José Coelho, S.J., Editorial A.O., Braga 2003 (páginas 420-422).

Como  curiosidade, mas também para apreciação e aprofundamento, eis as páginas do Missal Quotidiano e Vesperal publicado em Bruges (Bélgica, em 1936), referentes a este dia e toda a abrangente apresentação (resumo) do tempo depois de Pentecostes (exposição dogmática) – páginas 803-825 desse precioso Missal.

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