
São Tomé, Apóstolo
3 de julho de 2025
Tomé, nome aramaico que em grego significa o mesmo que Dídimo, ou gémeo em português, devia naturalmente ser galileu, homem do povo, muito honrado, nobre e sincero, embora com muita casca áspera e tosca, que era preciso fender para se vir a simpatizar com ele. Não possuía a graça e a medida ática dos gregos, mas tinha a sinceridade e espontaneidade do israelita verdadeiro, em que não há malícia. Carácter forte e impulsivo, muito parecido com o de S. Pedro, tem como ele momentos de soberba e obstinação, de rebeldia e egoísmo, para logo em seguida cair desarmado, e com as lágrimas do arrependimento, aos pés de Jesus.
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Liturgia das Horas
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Os botões com os títulos dos cânticos propostos a seguir estão ligados às respetivas partituras – em formato PDF – que incluem uma versão instrumental das respetivas melodias. Para quaisquer dúvidas, comentários ou pedidos, não hesite em contactar o titular do site, utilizando este formulário.
Programa
Cânticos
Autor
Ver ainda: LIVRO DO SALMISTA Ano C – 195-197 e 232-234
Observação
Para o Ordinário da Missa aconselham-se os cânticos do Cantoral Nacional para a Liturgia [CNL],
publicado pelo Secretariado Nacional de Liturgia (julho de 2019), e os Cânticos do Ordinário da Missa (SNL)
:
- Acto penitencial – números 11-26
- Glória – números 27-31
- Aleluia – números 44-57
- Santo – números 89-97
- Cordeiro de Deus – números 114-123.
Proposta complementar de cânticos para este domingo com base apenas no Cantoral Nacional para a Liturgia (CNL)
Entrada |
Salmo Responsorial |
Comunhão |
Pós-Comunhão |
Os Apóstolos plantaram a Igreja |
Acreditamos em Vós, ó Cristo |
Ide por todo o mundo |
Com o coro dos Apóstolos |
Senhor, eu creio |
Crê em Jesus |
Ide por todo o mundo e proclamai |
770 |
179 |
537 |
299 |
910 |
318 |
536 |

Esta é a continuação da biografia do apóstolo S. Tomé, extraído do II volume da obra «Santos de cada dia – Maio, junho, julho e agosto», que aqui transcrevemos, com a devida vénia. Pode ler integralmente a sua história na obra publicada pelo Secretariado Nacional do Apostolado da Oração – 4ª edição, revista e atualizada por António José Coelho, S.J., Editorial A.O., Braga 2003 (páginas 288-290).
S. João, que foi amigo particular de S. Pedro, deve ter sentido especiais simpatias por Tomé, pois é curioso o facto de só ele o mencionar, nada menos de sete vezes, no Evangelho, quando os três primeiros evangelistas apenas o recordam na lista geral dos doze apóstolos.
Nos três episódios que S. João conservou, aparece sempre o mesmo carácter de Tomé: pronto e impulsivo, mas nobre e leal.
Tinha-se retirado o Senhor de Jerusalém, porque os dirigentes judaicos estavam excessivamente apaixonados contra Ele e seus discípulos, e queria serenassem um pouco as águas revoltas. Por causa da morte de Lázaro, anunciou querer voltar à Judeia e aproximar-Se da capital. Os Apóstolos, na maioria, devem ter posto cara de horror e espanto, temerosos por si próprios e pelo Mestre também. É o momento de Tomé se manifestar. É espírito forte, nascido para lutar e descobrir o seu valor, quando os outros temem.
«Vamos nós também, para morrermos com Ele». A viagem a Jerusalém apresentava-se com sombras de morte. Os inimigos tomavam as coisas a sério e estavam dispostos a acabar com o Mestre e com os discípulos. Calam-se e temem todos. Tomé não se deixa arrastar e reage; está disposto a morrer por Jesus, se for necessário. Não há porque tirar-lhes o mérito, mas nos Apóstolos, até à vinda do Espírito Santo, prevalece a natureza sobre a graça. Foi um ato de fidelidade de Tomé à amizade com Jesus, baseado no seu carácter pessoal e pundonoroso.
Na noite de Quinta-feira Santa, Jesus está comovido e os discípulos veem-se aflitos e desanimados por causa da tempestade que se aproxima e pela despedida definitiva que lhes anuncia o Mestre. Este procura consolá-los com a perspectiva da sua assistência e das moradas que vai preparar-lhes no céu. Os Apóstolos calam-se e mostram caras tristes. Neste ambiente de depressão geral, Tomé vai singularizar-se com uma saída impulsiva e menos a propósito que a referida, do Jordão.
«Vós sabeis para onde vou e conheceis o caminho», diz Jesus. Tomé, menos meditativo e sereno do que João para refletir e entender as palavras do Mestre, intervém rápido e responde: «Senhor, nós não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho?»
Feliz intervenção a de Tomé, pois nos mereceu a sentença profundamente consoladora: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida!».
A terceira façanha de S. Tomé foi de maior alcance ainda e realizou-se depois da Ressurreição do Senhor. É sempre o mesmo: a espiga altiva que tem de sobressair sobre as do monte. Quando os seus companheiros foram cobardes ou tristes em seguir Jesus, Tomé mostrou-se valente e animoso; mas quando eles estão animosos e alegres, ele fará de lastro na barquinha comum. No Jardim das Oliveiras deu-se a geral dispersão dos Apóstolos. Isto sucedeu na noite de quinta-feira. No domingo encontramos reunidos um grupo numeroso. Não podiam faltar Pedro e João.
O sepulcro começa a ser objeto de idas e vindas. Vem a Madalena, dizendo que não está o corpo do Mestre no sepulcro. Em seguida, as outras mulheres que viram uns anjos. Pedro e João confirmam a mensagem. Dois dos discípulos enfastiam-se daquele ambiente de temor e ansiedade, e saem de Jerusalém Têm a sorte de Jesus lhes aparecer no caminho e de Se lhes dar a conhecer no partir do pão. Voltam apressados ao Cenáculo e falta-lhes tempo e respiração para anunciar que viram o Senhor ressuscitado. Os que estavam dentro respondem que também Pedro O viu. Nisto, Jesus apresenta-Se no meio deles, estando fechadas as portas e as janelas. A primeira impressão de susto e surpresa desaparece, e apoderam-se de todos grande alegria, paz e fé, ao ouvirem a voz conhecidíssima do Senhor. «A paz esteja convosco; não temais, sou Eu». Come com eles um pedaço de peixe com mel, que lhes tinha sobrado, conversa como pai com os filhos e desaparece. Todos ficam inteiramente persuadidos da realidade da Ressurreição. Tinha-os avisado antes muitas vezes: era preciso que morresse; mas não havia razão para temores, ressuscitaria com certeza ao terceiro dia. Não Se enganava, é o Senhor. Ressuscitou de verdade.
Este o ambiente que reina entre os Apóstolos: fé, otimismo, paz e alegria, satisfação íntima e posse da verdade. Mas Tomé esteve fora e volta ainda sob a impressão da Quinta e Sexta-Feira Santas. Com a alma ensombrada entra no Cenáculo, que é agora todo luz e claridade. O embate foi violento. Falam-lhe, contam-lhe, querem contagiá-lo; mas ele não se deixa influenciar por ninguém. Não crê na Ressurreição, embora todos a afirmem. Sabe que o Senhor morreu na cruz e que um soldado lhe atravessou o peito, q o embrulharam num lençol e o enterraram e, mesmo diante do testemunho de todos, e: disposto a não crer que aquele corpo despedaçado vive, enquanto ele mesmo, com os seus próprios dedos e as suas próprias mãos, não se certifique que vive, apalpando chagas das mãos e do peito. Ele não se alimenta de ilusões e fantasmas, mas de puras realidades.
Pobre Tomé! Que cego que está! Como fala na obscuridade! Ignora os caminhos e as obras de Deus. Para o caso de ser verdade o que lhe dizem todos os seus companheiros, com tantos pormenores… já não se aparta deles, fica com a sua dúvida no interior mas ufanando-se exteriormente, sem esmorecer, de espírito crítico e forte.
No domingo seguinte, estão todos reunidos no Cenáculo, e Jesus de novo meio deles. Entrou não se sabe como, porque também hoje estão as portas e as jane bem fechadas. Dirige-Se a Tomé. Este, no interior, comove-se, e enxerga, fixo e fim a aparição.
«Tomé, diz-lhe Jesus, chega aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente».
Quem referiu a Jesus esta exigência de Tomé? Na sua alma não sabemos o que se passou nem se ele manteve a sua palavra de meter os dedos e a mão nas chagas do Ri suscitado. Provavelmente não o fez. Só com a sua presença, Jesus impôs-Se-lhe.
«Meu Senhor e meu Deus». Com este ato de fé e de amor a Jesus, apagou a sua dureza de juízo e deixou à Igreja a melhor jaculatória. «Mais nos serviu para a nossa fé diz S. Gregório Magno, a incredulidade de Tomé, que a fé dos discípulos fiéis». Felizes os que acreditamos sem ter visto, só em virtude da palavra dos que viram!
Concertos e atuações do Grupo Coral (mais de trinta), desde a sua fundação, em 2014.
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