A Igreja é essencialmente missionária, tem de anunciar o Evangelho. E esta missão compete a todos os cristãos, conforme a vocação e o ministério de cada um. Mas quem anuncia o Evangelho não deve ter nada que pese, mas estar livre de interesses humanos, de ideologias a defender, de compromissos com as potências deste mundo. Essas coisas não lhe permitem estar livre, condicionam-no, embaraçam-lhe o trabalho, enfraquecem-lhe o zelo, impedem-no de merecer crédito. O que se requer do missionário é despojar-se de si mesmo, não confiar nas próprias capacidades nem em seu espírito de iniciativa, para se tornar “mensagem”, que é proposta dum plano de que só Deus tem a iniciativa. E os meios humanos? Evidentemente que são necessários, mas sempre subsidiários e só na medida em que sirvam o plano de Deus.
A 1ª leitura é da Profecia de Amós. Amós, que é um simples pastor e modesto agricultor, é enviado por Deus como profeta ao reino de Israel, onde, ao lado de grande prosperidade material, reina a injustiça e a opressão. É intercetado por Amasias, sacerdote oficial da corte, o qual intima o profeta a ir-se embora e não continuar a sua missão. Amós responde que não é profeta por profissão, muito menos por dinheiro, mas foi Deus que o encarregou dessa missão, que tem de cumprir até ao fim.
A 2ª leitura é a introdução da Epístola de São Paulo aos Efésios. Sob a forma de hino e oração, é síntese doutrinal de toda a Carta. Deus escolheu-nos e predestinou-nos desde toda a eternidade para a filiação, para a santidade e o amor. Depois explica os nossos privilégios de cristãos e conclui declarando que esses privilégios são de todos, uma vez que todos recebemos o dom do Espírito como penhor da herança.
O Evangelho é de São Marcos. Jesus envia os Apóstolos em missão. As instruções aos discípulos são: apresentar-se pobremente; contentar-se com a hospedagem que lhes é dada; não impor o seu ensinamento, mas anunciá-lo, embora haja responsabilidade da recusa. Eles desempenham a missão no estilo de Jesus.