
Santa Clara de Assis, Virgem
11 de agosto
Pouco antes de nascer Santa Clara, rezando sua mãe a pedir feliz parto, ouviu uma voz que lhe dizia: «Mulher, não tenhas medo, porque darás à luz quem, com as suas chamas, iluminará o mundo». Esta a razão por que depois se deu à menina o nome de Clara: aquela que resplandece.
Desde muito cedo revelou uma abnegação de que são capazes apenas as almas que imensamente amam. Não contente com dar aos pobres o supérfluo, chegava até a privar-se do necessário para os socorrer.
Desde a mais tenra infância, tinham-na enlevado os mistérios do reino sobrenatural, e o chamamento do espírito tinha-a erguido acima dos gostos próprios da idade. Mesmo das distrações familiares costumava separar-se para rezar o Pai-nosso.
Teve a educação do seu tempo e da sua classe elevada: conhecimentos elementares da leitura e escrita; trabalhos de agulha em que era primorosa; e direcção da vida doméstica. Não lhe bastava cumprir a meias os seus deveres. Com previsão certeira, descobria as coisas dotadas de verdadeiro valor, unindo a esta qualidade um temperamento emotivo, sedento de beleza moral.
Este é o início da página dedicada à festa hodierna, no II volume da obra «Santos de cada dia – Maio, junho, julho e agosto», que aqui transcrevemos, com a devida vénia. Pode lê-la integralmente NESTA PÁGINA, ou na obra publicada pelo Secretariado Nacional do Apostolado da Oração – 4ª edição, revista e atualizada por António José Coelho, S.J., Editorial A.O., Braga 2003 (páginas 410-412), onde encontra as biografias dos Santos dos outros dias de cada mês.
No SITE https://www.liturgia.pt/, além de informações e materiais preciosos sobre a Liturgia Católica, incluindo publicações diversas, encontra também uma Agenda Litúrgica para cada dia do Ano Litúrgico — ver HOJE — e os textos das leituras deste dia.
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Programa
Cânticos
Autor
Ver ainda: LIVRO DO SALMISTA Ano C – págs. 206-207
Observação
Para o Ordinário da Missa aconselham-se os cânticos do Cantoral Nacional para a Liturgia [CNL],
publicado pelo Secretariado Nacional de Liturgia (julho de 2019):
- Acto penitencial – números 11-26
- Glória – números 27-31
- Aleluia – números 44-57
- Santo – números 89-97
- Cordeiro de Deus – números 114-123.
Oração Universal — Dai-nos, Senhor, um coração novo [N.º 58]
Biografia de Santa Clara de Assis (Continuação)
A direção definitiva da sua vida ficou a devê-la a S. Francisco de Assis. Viram-se pela primeira vez na quaresma de 1212. Clara andava então pelos 18 anos. A sua família era uma das mais nobres do território de Assis; tinha um castelo nos arredores e uma casa senhorial no interior da cidade. O pai desejava vê-la casada, mas, quando lhe falava em projetos matrimoniais, ela ou não escutava ou mudava de assunto. Sentia quão necessário lhe era conservar a sua liberdade e consagrar a pureza a Jesus Cristo.
S. Francisco ouvira falar de Clara, do trato delicado que tinha com os pobres. Desejou conhecê-la, «porque, diz o velho cronista, desejava arrancar esta nobre presa das garras do mundo perverso e depositá-la, como glorioso troféu, diante do altar de Deus».
Clara, por seu lado, depois de ouvir a pregação de Francisco, teve a certeza de ter encontrado o seu guia espiritual. Cada vez que tratava com o seu novo director de consciência, voltava mais resolvida a romper com o século, mantendo no interior «uma visão das felicidades eternas, em comparação das quais todo o mundano é vil e desprezível; e a sua alma unicamente se derretia, mais e mais, com o santo anelo de tomar por esposo o Rei dos céus».
A dificuldade estava na família. Os pais queriam a todo o custo que ela se casasse. Mas, durante a quaresma, Clara firmou-se na resolução contrária. E no domingo de Ramos, no fim da tarde, fugiu do palácio e foi para a Porciúncula, onde a esperava S. Francisco. Naquela noite, Clara consagrou-se a Deus e Francisco cortou-lhe o cabelo, como testemunho do voto por ela feito. Ao amanhecer o novo dia, Francisco levou-a ao mosteiro de beneditinas de S. Paulo de Bastia, até encontrar casa própria para as religiosas franciscanas. Vieram procurar a jovem os seus parentes; refugiou-se na igreja e, quando iam a lançar-lhe as mãos, tirou o véu, mostrando a cabeça rapada. Agarrando-se ao altar, declarou publicamente os seus desposórios com Nosso Senhor Jesus Cristo. Passado isto, deixaram-na em paz.
Na semana seguinte, veio juntar-se-lhe sua irmã mais nova, Inês, resolvida também a deixar o mundo e consagrar-se a Deus. Não foi tão feliz como Clara. Vieram, em seguida, os seus parentes, tiraram-na da igreja, arrastaram-na pela rua até que, já aborrecidos com gritos e lágrimas, a deixaram livre.
S. Francisco obteve para elas o Oratório de S. Damião e a pequena morada contígua, que pertencia aos beneditinos do Monte Subásio. S. Damião ficou sendo, a partir dessa altura, casa gémea da Porciúncula. Depressa vieram outras damas nobres, dilacerando, como diz o seu primeiro biógrafo, com disciplinas o invólucro alabastrino do seu corpo.
Francisco não deu a Clara nenhuma regra de vida; unicamente lhe inculcou o espírito da pobreza e a confiança na solicitude infinita de Deus. Por isso, foi S. Damião, segundo frase de Clara, «a torre forte da insigne pobreza». A comunidade não admitia nenhuma renda fixa. A esmola e o trabalho eram os dois pilares fortes. Clara dava o exemplo em tudo: servia à mesa e cuidava das doentes. De noite, levantava-se para acender as lâmpadas e fazer oração. A cama que tinha era um montão de varas; a comida, pão e água, quando não passava dias inteiros sem comer. Numa Quinta-Feira Santa teve um êxtase que lhe durou 24 horas.
Quando Gregório IX quis que aceitasse a posse dalgumas rendas, Clara respondeu: «Santíssimo Padre, não é isso o que prometemos». – «Mas, não posso eu desligar-vos da vossa promessa?», respondeu o Papa. Clara, inspirada pelo Espírito Santo, desarmou o Pontífice com esta resposta: «Desligai-me, peço-vos, das minhas culpas, mas não de imitar Nosso Senhor Jesus Cristo». Gregório IX concedeu-lhe o privilégio da altíssima pobreza, que mais tarde Inocêncio IV estendeu a todas as comunidades de Senhoras Pobres.
S. Damião foi milagre que irradiou pureza, como o Sol irradia os seus raios. As mulheres queriam ser puras como Clara, e os homens aprendiam a respeitar a pureza das mulheres. «De toda a parte, escreve o primeiro biógrafo, corriam as mulheres ao cheiro dos seus perfumes».
Veio ter com ela a morte no Verão de 1253. 0 papa Inocêncio IV visitara-a, estando ela de cama; mas desejou beijar-lhe o pé, o que obteve estendendo-lho Inocêncio. Pedindo em seguida a bênção com indulgência plenária, o Papa respondeu: «Queira Deus, filha minha, que não necessite eu, mais tarde que tu, da misericórdia divina».
Na sua prolongada enfermidade, quando mais cresciam as dores, respondia: «Desde que por meio de Francisco aprendi a conhecer os dons do meu Senhor Jesus Cristo, não há dor que me custe sofrer».
No meio dum silêncio cheio de lágrimas, a agonizante murmurava, falando com a sua alma: «Sai sem medo, que bom guia tens para o caminho. Ó Senhor! Louvo-Te, glorifico-Te por me terdes criado».
Clara acaba por olhar fixamente para a porta, que se abre para deixar passar uma procissão de virgens com vestidos brancos, e franjas de ouro à volta de cabelos luzidios. A mais alta, a mais bela, a que leva na fronte uma coroa real, avança até à cama, inclina-se para a moribunda, abraça-a e esconde-a entre os seus véus de luz. Nos braços de Maria, subiu à região das eternas claridades.
É representada de custódia do Santíssimo Sacramento na mão, a deter os mouros às portas de Assis. Por lhe ter sido atribuído ver de longe o sepulcro de S. Francisco, foi ela declarada padroeira da televisão. «Isto que vê, disse-lhe o guarda do templo, não é tradição sem fundamento, história de velhas; o artista inspirou-se num facto verdadeiro, prova da fé robusta dos nossos pais».
Descrevendo em seguida o quadro, contou-lhe tratar-se de S. Cassiano, mestre-escola muito consciencioso e severo no cumprimento do seu dever. Negou-se a sacrificar diante dos ídolos e foi entregue à justiça. O juiz sentenciou-o a uma morte espantosa e singular. Deu plena liberdade aos alunos para se rirem do seu mestre e o atormentarem como lhes parecesse, até tirar-lhe a vida. Todos puseram nele as mãos. Uns atiraram-lhe à cabeça as tabuínhas da aula, e outros, o maior número, espetaram-lhe e dilaceraram-lhe as carnes com os estiletes que usavam para escrever na cera. O tormento foi muito demorado e doloroso. Por fim, Cassiano acabou depois de perder todo o sangue.
Sucedeu isto em princípios do século IV. Prudêncio recolheu estes dados um século mais tarde, pelo ano de 402, quando fez a sua peregrinação a Roma. O culto de S. Cassiano estendeu-se rapidamente pela Itália e pelo mundo inteiro.
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