
S. Maximiliano Maria Kolbe, Presbítero e Mártir
14 de agosto
A 10 de Outubro de 1982, o papa João Paulo II canonizou este seu compatriota, já beatificado por Paulo VI em 1971. Se o nome de Kolbe é bem conhecido, muitos aspectos da sua personalidade e do seu apostolado são ainda ignorados por muitos. Antes de morrer no campo de concentração de Auschwitz, num dom total da sua pessoa aos seus irmãos, o Padre Maximiliano tinha-se manifestado como arauto da Imaculada, ao serviço de quem mobilizara todos os recursos dos meios modernos de comunicação.
Mártir da caridade
O Padre Kolbe é conhecido na Europa ocidental sobretudo pelas circunstâncias da sua morte. Preso pelos nazis, devido à sua actividade religiosa, a 7 de Fevereiro de 1941, é primeiro retido em Varsóvia e depois enviado a Auschwitz, o tristemente célebre «campo da morte».
Assim começa a «Biografia» dedicada à festa hodierna. Pode ler a parte restante no II volume da obra «Santos de cada dia – Maio, junho, julho e agosto», publicada pelo Secretariado Nacional do Apostolado da Oração – 4ª edição, revista e atualizada por António José Coelho, S.J., Editorial A.O., Braga 2003 (páginas 416-418), onde encontrará também as biografias e notas históricas dos Santos e Santas de todos os outros dias do ano. Transcrevemo-la também aqui, com a devida vénia.
No SITE https://www.liturgia.pt/, além de informações e materiais preciosos sobre a Liturgia Católica, incluindo publicações diversas, encontra também uma Agenda Litúrgica para cada dia do Ano Litúrgico — ver HOJE — e os textos das leituras deste dia.
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Programa
Cânticos
Autor
Observação
Para o Ordinário da Missa aconselham-se os cânticos do Cantoral Nacional para a Liturgia [CNL],
publicado pelo Secretariado Nacional de Liturgia (julho de 2019):
- Acto penitencial – números 11-26
- Glória – números 27-31
- Aleluia – números 44-57
- Santo – números 89-97
- Cordeiro de Deus – números 114-123.
Oração Universal – Nós Vos rogamos, ouvi-nos, Senhor | [N.º 149]
Mártir da caridade
O Padre Kolbe é conhecido na Europa ocidental sobretudo pelas circunstâncias da sua morte. Preso pelos nazis, devido à sua actividade religiosa, a 7 de Fevereiro de 1941, é primeiro retido em Varsóvia e depois enviado a Auschwitz, o tristemente célebre «campo da morte». Obrigado como os companheiros a pesados trabalhos, sofre com eles a fome e as brutalidades dos «Kapos», esses condenados de direito comum encarregados de baixas missões. É exposto também aos vexames e às pancadas dos soldados alemães S. S., cuja animosidade se desencadeia contra ele pela simples razão de ser padre. Mas nem por isso deixou o condenado a sua calma e serenidade, vinda da fé, da oração e da devoção à Imaculada. Anima os seus camaradas de miséria, incita-os a aguentarem os sofrimentos e ensina-lhes a esperar.
Mas eis que um dia um dos prisioneiros polacos consegue escapar-se quando estava a trabalhar fora do arame farpado. Os guardas perdem a cabeça. O chefe do campo, o sinistro Fritch, manda que, em represália, dez presos, escolhidos à sorte, sejam condenados a morrer de fome. Um sargento passa entre as fileiras dos forçados reunidos na praça: «Tu… tu… tu…». Um deles, Francisco Gajowniczek, não consegue dominar a dor: «Oh! minha mulher, meus filhinhos! Não os tomarei a ver!»
Então, caso nunca visto, sai um homem da fileira, de própria iniciativa. Tão calmo, tão digno que os soldados não se atrevem a intervir. Dirige-se para o oficial, que lhe pergunta: «Que queres tu?» – «Tomar o lugar deste pai de família». De todo estupefacto com esta audácia, Fricht pergunta: «Quem és tu, então?». E Kolbe dá esta simples resposta: «Sou um padre católico». Vencido com os seus homens, o oficial S. S. nem sequer levanta a voz: «Pois bem! Vai… qual é o teu número de matrícula?»… Assim foi que, na maior simplicidade, o «16.670» se juntou aos seus nove companheiros de suplício.
O «bunker» da fome? Um subterrâneo, com teto baixo, sem ar e sem luz. Lá, durante dias e noites, sem pão, sem água, esses homens iam esperar a morte.
«Notemos cuidadosamente, dizia em 1971 o então Cardeal Wojtyla, hoje João Paulo II, foi como sacerdote que o Padre Kolbe acompanhou o grupo lamentável dos nove condenados à morte. Não se tratava unicamente de salvar o décimo! Era preciso ajudar a morrer os outros nove. A partir do momento em que a porta fatal se fechou diante dos condenados, ele tomou-os todos ao seu cuidado, não aqueles somente, mas ainda os outros que morriam de fome nos “bunkers” vizinhos… O que é verdade é que, desde que o Padre Kolbe ficou no meio deles, esses desgraçados sentiram-se dum momento para o outro protegidos e assistidos, e as células, em que esperavam o desfecho inexorável do caso, ressoaram com orações e cânticos. Até os esbirros ficaram transformados… O que é verdade também – e todos os sobreviventes de Oswiecim-Auschwitz bem o sabem – é que, a partir da Assunção de 1941, a enxovia ficou sendo menos infernal».
O Padre Kolbe morrera a 14 de Agosto. Sendo único sobrevivente do seu grupo ao cabo de quinze dias, foi-lhe dada a morte com uma injeção de fenol. Tinha 47 anos.
Maximiliano Kolbe não sabia o que é o ódio. Na prisão de Varsóvia, entre os arames farpados de Auschwitz, olhava com os mesmos olhos claros e límpidos os algozes e as vítimas, a ponto de os mais sádicos dos guardas desviarem os olhos: «Não olhes para nós assim». O Padre Kolbe foi a testemunha do amor mais alto, aquele que absolve e perdoa. Lição para todos quantos foram vítimas… Gajowniczek pôde assistir em Roma à glorificação daquele a quem deveu sobreviver à concentração de suplícios.
Apóstolo pela imprensa
O Padre Kolbe foi, segundo a expressão do Cardeal Wojtyla, «precursor, no campo dos meios de comunicação». Entrando na ordem dos Franciscanos conventuais, o jovem Kolbe foi mandado para Roma como estudante. Foi lá que, em 1917 (tinha 23 anos), com seis dos seus irmãos e a autorização dos superiores, ele fundou a Milícia da Imaculada, associação dedicada a vasto apostolado católico e mariano. Ordenado sacerdote em 1918, ensinou teologia em Cracóvia. Foi então que, a fim de lançar e desenvolver a devoção à Imaculada, fundou a Revista Azul. Com a tiragem inicial de 5000 exemplares, destinada às massas de operários e de lavradores, depressa se espalhou na Polónia inteira. Não se pode dizer que tenha contado com o apoio dos religiosos entregues ao apostolado da imprensa. Entretanto, a revista desenvolveu-se. Num terreno extenso, a 40 quilómetros de Varsóvia, o Padre Kolbe estabeleceu uma comunidade e uma tipografia.
Em 1930, com a bênção de Pio XI, foi para o Japão onde, perto de Nagasáki, fundou a segunda cidade da Imaculada com o seu próprio boletim mariano e missionário. impresso em japonês. Outras fundações estavam previstas na China, na Coreia e na índia. Ficaram porém só em projecto por causa dos acontecimentos.
Regressando à Polónia, o Padre Kolbe ficou sendo superior da comunidade de Niepokalanow, que então contou com 762 religiosos. As rotativas giram a rendimento pleno: a Revista Azul sai a um milhão de exemplares. Em 1938, o Padre Kolbe põe a funcionar um posto emissor. Pensa mesmo na instalação dum aeroporto junto da Cidade da Imaculada.
«A alguns prelados (e é de novo o Cardeal Wojtyla que fala), um tanto escandalizados com “estes projetos de louco”, que lhe perguntavam “Que faria S. Francisco no vosso lugar?”, replicava com vivacidade: “Arregaçaria as mangas, Senhor Bispo, e trabalharia connosco”. Na verdade, o seu “Cântico das Criaturas” englobava as rotativas e as linotipias, e os 700 irmãos operários de Niepokalanow faziam “cantar” as máquinas para glória de Deus».
A prisão do Padre Kolbe pelos Alemães não foi motivada senão pela influência que exercia na Polónia com a revista e as publicações marianas.
«Cavaleiro da Imaculada»
O Padre Kolbe figura, ao lado de S. Luís Grignion de Monfort, como um dos maiores devotos de Nossa Senhora e um dos apóstolos mais originais do seu culto. Dedicou todos os instantes da vida à Imaculada. Muitas vezes pronunciava este queixume: «Quão pouco é ainda conhecida a Imaculada!». Repetia sem se cansar: «A Mãe Santíssima, quando Bernadette lhe perguntou qual era o seu nome, respondeu: “Sou a Imaculada Conceição”. Esta é a definição da Imaculada».
Este mistério da Imaculada, diz S. Maximiliano, supõe em Maria riquezas inesgotáveis, ainda insuspeitadas. Há nela um abismo de grandeza e de luz que só se pode descobrir pouco a pouco. Inclui ainda um reflexo não só sobre a pessoa mesma de Maria, mas também sobre a sua missão na história da Salvação.
Quando insiste na unidade de acção do Espírito Santo e da Virgem Imaculada, o Padre Kolbe coloca em luz plena a mediação universal de Maria. Com todo o seu ardor, rogava que este dogma fosse proclamado. Não chama o Concílio Vaticano II a Maria «advogada, auxiliadora, medianeira» e afirma que «todos devem ter para com Ela verdadeira devoção e confiar a própria vida e apostolado à sua solicitude maternal»?
Embora pioneiro dos estudos marianos, o Padre Kolbe mostrou-se teólogo perfeitamente seguro. Nele não houve nenhuma «mariolatria»; sempre soube colocar Maria no seu lugar, lugar de criatura, embora ela seja a mais nobre: Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.
«A sua teologia mariana, diz ainda o Cardeal Wojtyla, é de exatidão doutrinal que maravilha os conhecedores deste fecho de abóbada do Vaticano II, que é a constituição sobre a Igreja. Poder-se-ia dizer que previu até nalgumas formulações o admirável capítulo consagrado à Virgem Maria. A fecundidade espiritual deste humilde religioso que foi não só gigante do rendimento – coisa tão apreciada pelo nosso mundo tecnocrata – mas um dos maiores contemplativos da nossa época, proclama hoje, diante do mundo inteiro, o papel único da Virgem Mãe de Deus na obra da Salvação. Mãe da Cabeça, ela é também Mãe do Corpo, de Cristo “espalhado e comunicado”, portanto, Mãe da Igreja».
Toda a razão de ser, de sofrer e de morrer do Padre Kolbe esteve em perscrutar – para dela viver e fazer que se vivesse – a resposta de Maria a Bernadette: «Sou a Imaculada Conceição».
Poder-se-ia dizer que Isabel Renzi se tornou fundadora, não tanto por uma opção, quanto porque uma série de circunstâncias a levaram e quase a constrangeram a realizar uma obra orgânica e estável em beneficio das jovens, na sua terra Romanha. Mas teve que enfrentar, para isto, enormes dificuldades, e lutou com discernimento iluminado para vencer obstáculos que a tentação, com frequência, lhe apresentava como insuperáveis. A sua regra de vida foi precisamente a de abandonar-se a Deus, a fim de que Ele dispusesse os passos e os tempos para o desenvolvimento da obra como lhe agradava. (…)
Corno uma semente lançada à terra, Isabel suportou as suas provações com activa esperança. Escreveu: “Quando tudo se complicava, quando o presente me era tão doloroso e o futuro me parecia ainda mais escuro, fechava os olhos e abandonava-me, como uma criancinha nos braços do Pai que está nos céus”».
Faleceu santamente em Coriano, a 14 de Agosto de 1859.
L’OSS. ROM. 25.6.1989; DIP 7, 1687-9; 5, 824-6.
Concertos e atuações do Grupo Coral (mais de trinta), desde a sua fundação, em 2014.
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