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São José, Esposo da Virgem Santa Maria
Março 19
A solenidade de S. José é uma das mais agradáveis para toda a alma devota e cristã. Colocada no princípio da Primavera, abre o coração crente à luz e à esperança, ao mesmo tempo que no campo principiam a abrir-se as flores da amendoeira e começam as árvores e as roseiras a verdecer, novos pássaros a saltar e a inundar, com os seus trinos alegres, toda a natureza. A festa de S. José atrai hoje ao templo, ao confessionário e à mesa da comunhão muitas almas que viveram um Inverno espiritual e despertam agora conscientes do seu destino eterno, das suas obrigações de criaturas de Deus.
A devoção a S. José desenvolveu-se no povo cristão seguindo leis maravilhosas, nas quais não é possível deixar de reconhecer a Providência de Deus que rege a Igreja.
Nos três primeiros séculos convinha que irradiasse com todo o esplendor, sobre o mundo idólatra, a luz da divindade do Verbo. Assim, as festas mais antigas do ano litúrgico foram as que se relacionam intimamente com o mistério da salvação e redenção, como a Páscoa, a Epifania e o Batismo. […]
O culto litúrgico de S. José acomoda-se à sua missão providencial de ser o guarda do Menino e da honra da Mãe. S. José eclipsa-se em Nazaré numa noite de mais de doze séculos, até a consciência cristã possuir, com segurança e universalidade, as grandes verdades da divindade de Jesus e da virgindade perpétua de Maria. Então entra ele também no céu da Igreja como estrela de primeira grandeza, sempre ao lado de Jesus e de Maria.
[…] A história exterior de S. José é curta e simples; a de todo o bom pai de família que se deixa matar para bem da esposa e do filho. S. José pertencia à tribo de Judá e à casa de David. Embora tivesse sangue de reis, tinha decaído, não sabemos como, e tinha-se estabelecido em Nazaré, aldeia escondida e pobre da Galileia. Modesto carpinteiro, o seu ofício era fazer arados de madeira, como os que ainda há pouco se usavam na Palestina, e outros utensílios rústicos da gente do campo. S. José tinha provavelmente um irmão e alguma irmã, que foram pai ou mãe daqueles a quem o Evangelho chama irmãos de Jesus.
Em Nazaré deve S. José ter conhecido Maria, jovem da sua tribo, modesta como ele, espiritual e recolhida. O Espírito Santo uniu aqueles dois corações e eles amaram-se com o amor mais puro que pode haver entre criaturas de Deus. Combinaram o matrimónio e deram entre si palavra de que haviam de conservar perpétua virgindade. S. José, homem bondoso, pensou unicamente na felicidade da Virgem que vivia só, sem pais nem irmãos; Deus inspirou-lhe que devia ser o amparo daquela jovem cândida e inocente.
José não era velho, como o representam geralmente os artistas e no-lo descrevem alguns autores antigos, inspirados nos relatos dos Apócrifos. […]
A Igreja do Oriente celebra a festa de S. José desde o século IX, no Domingo a seguir ao Natal; os Coptas comemoram-na no dia 20 de Julho. Os Carmelitas introduziram a devoção na Igreja ocidental. Os Franciscanos, em 1399, já festejavam a comemoração do santo Patriarca. Sisto IV (1481) inseriu a festa de S. José no breviário e no missal romanos. Gregório XV generalizou-a a toda a Igreja. Clemente XI compôs o ofício, com os hinos, para o dia 19 de março e colocou as missões da China sob a proteção de S. José, e em 1871 declarou-o padroeiro da Igreja universal. Pio IX introduziu, em 1847, a festa do Patrocínio de S. José e em 1871 declarou-o padroeiro da Igreja universal. Leão XIII e Bento XV recomendaram aos fiéis a devoção especial a S. José, chegando este último Papa a inserir no missal um prefácio próprio. Pio XII estabeleceu, em 1955, a festa de S. José Operário, que ainda agora tem lugar no 1.° de Maio. E João XXIII incluiu o nome de S. José no cânone, então único, da Missa.
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