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Santa Catarina de Sena – Virgem, Doutora da Igreja (1347-1380)

Abril 29

Francesco Messina, Santa Caterina de Sena (Roma, Largo Giovanni XXIII – 1962) | Castel Sant’Angelo)

Lapa, a 25 de Março de 1347, deu à luz duas gémeas. Estava no seu vigésimo quarto parto. Uma destas gémeas morreu logo ou quase; a sobrevivente foi chamada Catarina, o que significa “branca”. Seu pai, modesto tintureiro do bairro de Fontebranda, escolheu para a última filha o nome da cor branca, símbolo de pureza. Catarina, na verdade, cresceu pura como açucena, e com uma açucena na mão a retrataram os primeiros pintores senenses. Aos seis anos teve a primeira visão de Jesus, que a incitava a segui-Lo. Aos sete, diante de Nossa Senhora, desposou-se misticamente com Ele.

Aos doze, já os pais pensavam casá-la com um jovem de Sena, segundo o uso daqueles tempos, quando se pode dizer que as mulheres nem conheciam a meninice. Catarina, como resposta aos projetos, cortou o cabelo e cobriu a cabeça com um véu branco. Lapa tirou-lho violentamente dizendo: «Os cabelos tomarão a crescer e depressa te casarás». Catarina aceitou a perseguição familiar como prova; e resistiu. Uma noite, em sonho, S. Domingos disse-lhe que ela vestiria o hábito branco e preto das chamadas «Manteladas». Na manhã seguinte, anunciou aos pais a sua decisão firme. O pai inclinou a cabeça; tinha visto uma pomba branca voar sobre a cabeça da sua branca filha. Lapa calou-se.

[…] Depressa a filha do tintureiro, que era analfabeta, começou a ditar as suas palavras a vários amanuenses. “Escreve no precioso Sangue de Jesus”, dizia, e naquele sangue quente e vermelho escrevia a particulares e a prelados, a pais de famílias e a magistrados; a desconhecidos e a Reis; até ao Papa, que se encontrava em Avinhão e ela chamava para Roma, excitando-o, ela mulher, a ser viril: “Ânimo, virilmente, pai! Digo-vos eu que é preciso não tremer”.

A 13 de Junho de 1376, partiram com ela para Avinhão vinte e oito caterinati (catarinados, a corte de Catarina). Podiam contar com todas as oposições; mas ela varreu-as em poucas semanas. A 13 de outubro, tomando Gregório XI quase pela mão, encaminhou-se para Roma com ele. Em Génova, ele quis voltar atrás, mas ela forçou-o a continuar; e morreu pouco depois de chegar. Os cardeais deram-lhe como sucessor Urba­no VI, que se estabeleceu em Roma. Este chamou Catarina para junto de si. Antes de sair de Sena, ela ditou em pleno êxtase o seu famoso Diálogo, livro das suas doutrinas e visões que, pela beleza da língua, é um dos clássicos da prosa italiana. […]

Morreu mártir, aos 33 anos, foi proclamada Santa por Pio II e Pio XI, em 1939, deu à Itália por protetora Catarina de Sena, juntamente com S. Francisco de Assis, a mulher forte ao lado do homem caritativo. A 4 de outubro de 1980, Paulo VI proclamou-a Doutora da Igreja; uma semana antes fizera o mesmo com Santa Teresa de Jesus. Precedentemente não havia na Igreja senão Doutores, não Doutoras. Em 1997, veio juntar-se-lhes Santa Teresa do Menino Jesus, proclamada Doutora da Igreja pelo papa João Paulo II.

Por ler a biografia integral – e as dos outros santos destes meses – em:
JOSÉ LEITE, SJ (Organização de), “Santos de Cada Dia” I – Janeiro, Fevereiro, Março e Abril | 4ª edição revista e atualizada por António José Coelho, SJ, Editorial A.O. Braga 2003.