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Santa Brígida, Co-Padroeira da Europa

Julho 23

Santuário de Santa Rita de Cassia

Na capela do Santíssimo, na basílica de S. Paulo em Roma, há uma estátua de mármore desta grande vidente, a Santa mais famosa dos países escandinavos. Está representada em atitude de quem escuta a voz do celestial Esposo Jesus Cristo, que lhe fala da cruz. Aos pés da estátua há um letreiro que diz: «Com o ouvido atento recebe as palavras do seu Deus Crucificado; recebe o Verbo de Deus no seu coração».
Esta é a característica da grande Santa sueca: a sua intimidade constante com Jesus, a sua familiaridade, as suas íntimas comunicações e a sua docilidade infantil. O que mais admira nela é a união extraordinária da vida interior com a exterior. É uma Santa mística que vivia no céu e é também uma Santa peregrina, em constante movimento de fundações e de visitas a santuários.
Nasceu Santa Brígida na Suécia, no ano de 1302, e morreu em Roma, em 1373.0 pai foi Birge, governador e juiz provincial de Uppland, homem cristianíssimo e aparenta-do com os reis da Suécia. A mãe, Sigrida, descendia também de reis. Não pôde influir na educação da filha porque morreu muito cedo; a menina foi confiada a uma tia, grande educadora, que soube modelar o carácter e a vontade da sobrinha.
Aos treze anos, em 1316, casou-se com o príncipe de Nericia, Wulfon, que por sua vez não contava mais de 18 anos. Era também cristão consciente e piedoso: concordou com a noiva em guardarem castidade perfeita no primeiro ano do matrimónio. Deus abençoou-lhes a pureza e deu-lhes oito filhos, entre eles uma Santa, Catarina, que mais tarde acompanhará nas peregrinações a mãe e cuidará da sua glorificação com sentença papal.
Em 1346, fundou Santa Brígida um mosteiro em Vadstena, que os reis da Suécia dotaram. Passados três anos, saiu para Roma com a filha, a futura Santa Catarina. Praticava uma pobreza estrita; chegava até a mendigar à porta das igrejas para receber desprezos. A uma princesa romana que a repreendia de não manter a sua condição, respondeu: «Como Jesus se abaixou sem pedir o vosso consentimento, porque não havia eu de prescindir dele quando me esforço por imitá-Lo?».
Uns dez anos antes de morrer, fundou ela a ordem de São Salvador (brigidinas), que esteve algum tempo muito espalhada.
Com os papas, refugiados desde 1309 em Avinhão, insistia ela para que voltassem a Roma. No princípio de 1372, partiu para a Terra Santa. Nesta viagem perigosa acompanharam-na sua filha Catarina, os seus filhos, os cavaleiros Carlos e Birger, assim como uma escolta bem armada. «Foram, dizia ela, os quinze mais belos meses da minha vida». Voltou a Roma mesmo à justa para lá morrer, o que se deu a 23 de Julho de 1373. No ano seguinte, sua filha Santa Catarina trasladou-lhe os restos para a Suécia e começou os primeiros trabalhos para a canonização, que se veio a realizar em 1391, sendo papa Bonifácio IX.


Estas são breves passagens, aqui transcritas com a devida vénia, da biografia desta santa que se pode ler na obra «Santos de cada dia – II (Maio – Junho – Julho – Agosto)» (páginas 353-354), publicada pelo Secretariado Nacional do Apostolado da Oração – 4ª edição, revista e atualizada por António José Coelho, S.J., Editorial A.O., Braga 2003.