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S. Vicente Ferrer – Confessor (1350-1419)

05/04/2022

[…] S. Vicente Ferrer nasceu em Valência (Espanha), em 1350. A sua casa natalícia distava muito pouco do Real Convento dos Pregadores, fundado a seguir à conquista cristã da cidade. Cedo resolveu ele vestir o hábito branco e preto dos dominicanos. Desde a profissão religiosa, em 1368, até 1374, ano em que foi ordenado, Vicente alternou o estudo e ensino da filosofia com a aprendizagem da teologia em Lérida (Lleida), Barcelona e Tolosa. Com perfeito conhecimento da exegese bíblica e da língua hebraica, regressou a Valência, onde ensinou teologia, escreveu, pregou e aconselhou.

Naqueles tempos sofreu a Igreja o látego doloroso da infausta cisão religiosa do Ocidente. Por cardeais declarada inválida a eleição de Urbano VI, foi escolhido Roberto de Genebra que tomou o nome de Clemente VII. As coroas ibéricas procuraram manter-se neutrais entre os dois papas, mas o de Avinhão esforçou-se por conquistar a obediência delas e mandou como seu legado o cardeal Pedro de Luna. […]

Percorreu inúmeras aldeias e cidades da Espanha, França, Itália e Suíça, e é mesmo provabilíssimo que tenha penetrado na Bélgica. Quando a oratória sacra se perdia em argumentações escolásticas e desenvolvimentos retóricos, a palavra de Vicente era como látego de fogo a incendiar e iluminar. O seu sistema estava em expor claramente, sem adular, a doutrina de Cristo, utilizando aliás a bandeja de ouro da sua portentosa e dócil imaginação, e a enorme força sugestiva da sua potente voz, rica em matizes e sonoridades. […] Foi de impressionante e surpreendente grandeza o sermão que, depois de vencida a implacável resistência de Bento XIII e obtida a promessa de ele abdicar, pronunciou diante do papa avinhonês e seus cardeais, em Perpinhão, 1415, comentando o texto: “Ossos secos, ouvi a palavra de Deus”.

[…] Nos seus últimos 30 anos de vida, o trabalho da pregação condicionou-lhe o horário de vida. Costumava dedicar cinco horas ao descanso, tomando-o sobre um feixe de varas ou um enxergão de palha; o tempo restante dedicava-o à oração e aos deveres de pregador. […] Todos os dias cantava Missa com grande solenidade e em seguida fazia o sermão, que habitualmente durava duas ou três horas e, numa sexta-feira santa em Tolosa, seis horas seguidas! […] Laboriosíssimos os esforços para determinar a conclusão do Cisma do Ocidente; se não podemos afirmar que nela tenha tido intervenção direta, devemos dizer que pesou a sua influência, apoiada em universal prestigio. O conclave reunido em Constança a 11 de novembro de 1417, um pouco menos de dois anos antes da morte do Santo, deu à Igreja a eleição de Martinho V, a cuja obediência se submeteu toda a cristandade ocidental, que se tinha ultimamente cindido. Veio a falecer na Bretanha, a 5 de abril de 1419.

Pode ler a biografia integral – e as dos outros santos destes meses – em:
JOSÉ LEITE, SJ (Organização de), “Santos de Cada Dia” I – Janeiro, Fevereiro, Março e Abril | 4ª edição revista e atualizada por António José Coelho, SJ, Editorial A.O. Braga 2003.

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Contributos para celebrar a Liturgia das Horas de outros santos deste mês de Abril:  AQUI