S. Martinho de Dume, Bispo (+ 579)
Dezembro 5
Oriundo da Panónia, atual Hungria, dirigiu-se ainda jovem ao Oriente, onde professou vida regular: estudou o grego e outras ciências eclesiásticas em que muito cedo se distinguiu, até ser classificado, pelo eminente Doutor Santo Isidoro, como ilustre na fé e na ciência. Também Gregório de Tours o considerou entre os homens insuperáveis do seu tempo.
Regressando do Oriente, dirigiu-se depois a Roma e França, onde travou conhecimento com as personagens por então mais insignes em saber e santidade. Sobretudo, quis visitar o túmulo do seu homónimo e compatriota, S. Martinho de Tours, que desde então ficará considerando como seu patrono e modelo. Foi também por essa altura que Martinho se encontrou com o rei dos Suevos, Charrarico, ao qual acompanhou para o noroeste da Península Ibérica, em 550, onde, com restos do gentilismo e bastante ignorância religiosa, se espalhara o arianismo.
Para acorrer a tantos males, não tardou Martinho em planear e pôr em marcha o seu vigoroso apostolado. Num mosteiro, edificado pelo mesmo rei, em Dume, mesmo ao lado de Braga, assenta o grande apóstolo dos suevos os seus arraiais, como escola de monaquismo e base de irradiação catequética e missionária. A igreja do mosteiro é dedicada a S. Martinho de Tours, e foi sagrada em 558. O seu abade foi elevado ao episcopado pelo bispo de Braga já em 556, em atenção ao seu exímio saber e extraordinário zelo e santidade. Com a subida ao trono do rei Teodomiro (559), consumava-se o regresso dos Suevos ao catolicismo, deixando o arianismo.