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S. João Baptista de la Salle – Fundador (1651-1719)

07/04/2022

Em 1682, em Reims, na França, via-se uma sensacional figura de sacerdote que, sobre a batina com a volta branca à roda do pescoço, trazia a capa dos aldeões da Champagne, com largas mangas, e na cabeça usava um chapéu tricórnio e sapatos de homem do povo nos pés. “É João Baptista de la Salle, cónego, filho do juiz – comentava a gente surpreendida e escandalizada. – Pasmai, está a dirigir uma escola popular. Que vergonha!”. Isto, pouco mais ou menos, o que se pensava e se dizia, na França do “século de oiro”, dos chamados “Irmãos das escolas cristãs”, isto é, de João Baptista de la Salle e dos seus doze companheiros, doze mestres que tinham aceitado vestir como ele e dedicar-se, como ele, à fundação de escolas masculinas para o povo. Para meninas já existiam, e bastava que ele amparasse a Congregação das Irmãs do Menino Jesus, que o seu diretor espiritual e testador lhe recomendara, ao nomeá-lo testamenteiro.

Hoje fala-se muito de problemas escolares, de conquistas da moderna educação, de métodos de ensino. Seria útil recordar mais vezes que, há apenas 300 anos, o problema educativo popular era ignorado pela grande maioria dos homens e que os primeiros a enfrentá-lo foram dois religiosos, ambos Santos: José Calasâncio, na Itália, e depois dele João Baptista de la Salle, na França. […]

Não faltaram dificuldades de todo o género e ásperas oposições, devidas muitas vezes a temores infundados, mesquinhezes, inveja, incompreensão e ciúmes. Não obstante, de la Salle, amargurado pelas adversidades durante a vida inteira – até à morte que o assaltou, ainda não velho, a 7 de abril de 1719 – foi um dos educadores mais iluminados da Igreja. […] As ideias e os métodos que o Santo de Reims pôs genialmente em prática há perto de três séculos, vê-se que estão ainda na base dos sistemas educativos de todos os países civilizados. E a reforma de S. João Baptista de la Salle não se apoiava em bases frágeis ou incertas. Aos Irmãos das Escolas Cristãs, que ainda hoje continuam em todo o mundo a obra de educadores, recomendava, com efeito, a oração constante e, cada dia, meia hora de ensino religioso: sólido fundamento de qualquer educação intelectual e qualquer formação profissional. Foi beatificado em 1888 e canonizado em 1900, juntamente com Santa Rita de Cáscia.

Pode ler a biografia integral – e as dos outros santos destes meses – em:
JOSÉ LEITE, SJ (Organização de), “Santos de Cada Dia” I – Janeiro, Fevereiro, Março e Abril | 4ª edição revista e atualizada por António José Coelho, SJ, Editorial A.O. Braga 2003.

Contributos para celebrar a Liturgia das Horas de outros santos deste mês de Abril:  AQUI