Cantate Domino 1959
A darmos um ar de tanto ineditismo com a publicação do «in illo tempore», eis que surge uma novidade: a edição do Cantate Domino de 1963 não foi a primeira. Depois de ter sido aqui publicada, alguém reagiu à publicação informando que existira uma edição precursora dessa «maravilha» pois, afiançou, muito longe de Fátima, no seminário da Consolata de Ermesinde, recebera (e utilizara), em 1961, uma edição de 1959. Não se ficou por essa preciosa informação, desconhecida por quem aqui propusera a edição de 1963 e que, tendo também ele iniciado a sua formação na quinta de Águas Santas, um ano antes de quem prestava tal informação, terá também «recebido e usado» essa primeira edição da obra do Mestre italiano, professor de Música no Seminário de Fátima. O nosso interlocutor não se ficou pela informação! Deu-se ao trabalho de reavivar e «materializar» a imagem do objeto que guardava com saudosa gratidão, na memória e no coração, indo logo «acordar» da letargia em que vivera o livrinho e mostrando-o, ufano! Submetido ao mesmo processo de digitalização, ei-lo aqui de novo, à disposição dos visitantes deste site. O exemplar… «histórico» – quantos mais existirão ainda? – viajou por correio normal de Valongo até Fátima (regressando pela mesma via à origem, logo depois de digitalizado), e veio acompanhado pelo seguinte testemunho pessoal do seu «proprietário-guardião»:
O meu primeiro Cantate Domino
Foi-me entregue o Cantate Domino primeira edição aquando do meu ingresso no Seminário da Consolata, em Ermesinde, em outubro de 1961. Tinha apenas dez anos e um palmo de sonho para encher o meu mundo de alegria. Foi ainda usado em Vila Nova de Poiares, local do meu segundo ano. Era o meu primeiro livro de cânticos litúrgicos.
Cantar é rezar duas vezes.
Cantar é próprio de quem ama.
Em Fátima, em 1963, passámos a usar a nova edição deste Cantate Domino. Recordo o diapasão que tantas vezes me ajudou a entoar os cânticos quando ainda tinha a voz de contralto naquela nossa capela ponto de encontro de todos nós várias vezes ao dia.
Foi para mim a semente da música… e, em Fátima, dessa semente cresceu o gosto e a paixão para o canto.
Esta pérola que sobreviveu tantos anos e não sabendo como, nasceu graças ao saudoso Padre Gruppo Sergio, a quem presto a minha infinita gratidão.
Musica laetitiae comes et medicina dolorum
Miguel Joaquim da Silva Dias
O Dr. Miguel, com os seus colegas de turma, em 1966, ao lado do Prof. A. Filipe (no centro da imagem).
Clique nesta imagem da capa do Cantate Domino de 1959 para abrir as suas [104] páginas e um pequeno suplemento.
Na foto ao centro, o Dr. Miguel (2º na primeira fila, da esq. para a dir.), com os colegas de Noviciado (1968), no encontro que promoveu em 22 de setembro de 2018, em Fátima. À direita, o vídeo realizado nessa ocasião.
Ao desvelo e «paixão» de Miguel Joaquim da Silva Dias… Galaghar – esta «cauda» de nobreza ancestral ainda não constava então no nome deste Dr. (doutor verdadeiro, porque médico) – devem-se também as fotos do P. Sergio Gruppo que podemos mostrar aqui: à direita, em Fátima quando, sem as «vestes» de presbítero, a batina missionária, então obrigatória, mas em trajes de obreiro de uma Educação holística da juventude em que a Música tinha lugar e desempenhava um papel de relevo, ostentando ao peito, abaixo do cabeção de padre, a imprescindível caneta de compositor e professor (a vida é uma composição sem fim, perfectível, sempre inacabada). Mais tarde (nas três fotos ao fundo da página), como missionário em terras da América Latina, mais concretamente, na Colômbia, para onde o voto de obediência o «levou», em finais dos anos sessenta do séc. XX.
Uma última palavra sobre as fotos: com a certeza que é timbre daqueles que não se dão por vencidos e o arrojo de quem (em 22.09.2018) conseguiu reunir os seus antigos colegas de estudo, de vida e de aventura, decorridos 50 anos de… ausência/permanência nos mesmos ideais (incutidos também pelo Autor deste «cancioneiro»), o Dr. Miguel solicitou-as, as fotos, a outros seus antigos companheiros – ainda e sempre Amigos, missionários ou trabalhadores por outras causas, em Itália. Também a eles, especialmente ao Padre Gigi Anataloni, imc, diretor da revista Missioni Consolata (Corso Ferrucci 14 – 10138 Torino), o nosso agradecimento.