Anos iniciais da década de 60.
Os Seminários, ainda procurados, mais por uma questão de aculturação, talvez menos de vocação, por adolescentes a quem a Primária alertou para o conhecimento e a cultura, os Seminários eram exímios na preparação musical, desde o início. Disciplina obrigatória, mesmo para quem só “rezava”, porque não tinha voz, solfejo, leitura, canto, interpretação, piano, órgão, gregoriano, direção coral, uma sequência assumida por alguns em profundidade.
O Santuário de Fátima, tendo assumido as Semanas Gregoriana nos anos 50, da prestimosa Júlia d’Almendra, Diretora do Centro de Estudos Gregorianos de Lisboa, proporcionava aos alunos da Diocese de Leiria a gratuitidade da sua permanência e inscrição nas ditas Semanas Gregorianas. Vários foram participando. Dois atingiram a formatura…
JÚLIA D’ALMENDRA, alma simples, sempre risonha e bem-disposta, foi um rosto, escondido mas muito presente, no acompanhamento dos alunos, todos, durante a Semana e muito mais nos exercícios passados para Férias: Natal e Páscoa e Verão eram etapas fundamentais sempre carregadas de exercícios profundos e exigentes, mas sempre vistos e revistos e corrigidos até ao ínfimo pormenor. Que maravilha! Que astúcia! Que rigor! Que arte!
Com estas notas, cuja única pretensão é serrem meramente pessoais e não biográficos (dos curriculares da história da sua vida fala mais concretamente o sr. Google). Apenas pessoais, com algumas fotos e muitos pormenores duma dedicação esmerada à causa do Gregoriano, música oficial da Igreja.
A influência do Centro de Estudos Gregorianos de Paris e dos Frades de Solesmes e outras escolas internacionais proporcionaram a presença de nomes altos dessa cultura e da arte do Órgão, nomes altos da cultura musical da Europa.
Nomes: D. Gajard, Souberbielle, Auguste Guénant, Pierre Carraz, Jos Lénards, Père Brouyer, Antoine de Sibertain Blanc, Mons. Brás, P. Manuel Faria… e outros mais…
(AO)
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Recordando o XXX aniversário da morte de Júlia d’Almendra, a 22 de setembro de 1992, para evidenciar o papel desempenhado na promoção e defesa da Música Sacra em Portugal, assim como o profissionalismo e dedicação reservada aos alunos nas Semanas Gregorianas organizadas em Fátima na segunda metade do séc. XX, partilhamos aqui diferentes materiais sob a forma de cópias em formato PDF (com resolução mínima – ou máxima, se solicitada) de originais conservados pelo Autor e titular deste blogue no seu «Baú de Memórias».
Com a promessa de voltar a abrir essa «arca», se houver interesse, para dela extrair outras preciosidades e relíquias pessoais das Semanas de há 50 anos, incluindo exercícios realizados com pontual e minuciosa correção da Diretora dessas Semanas – e conservam-se lá muitas – propomos aqui apenas alguns desses materiais, aleatoriamente escolhidos.
Em primeiro lugar, e independente dos materiais das ” Semanas”, o
Em segundo lugar, e diretamente relacionado com as Semanas, um dos materiais mais importantes utilizados nas mesmas:
Além disso, e à margem, alguns outros documentos (e «preciosidades») das Semanas em que participou o titular deste site:
Capas de alguns manuais utilizados durante as Semanas Gregorianas de Fátima [a possível digitalização destes materiais depende do interesse eventualmente manifestado pelos visitantes desta página – pode formular pedido aqui]:
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(1) Iniciou as Semanas Gregorianas, a mais antiga de todas as “Semanas” que se organizam anualmente em Fátima;
(2) fundou o Centro de Estudos Gregorianos, depois o Instituto Gregoriano de Lisboa;
(3) trouxe a Portugal, ao longo de várias décadas, como mestres e concertistas, grandes expoentes da música religiosa europeia; e
(4) realizou uma penetração cultural, sem precedentes nem rivais, na pedagogia do Canto Gregoriano nos Seminários e nas Casas de Formação Religiosos no nosso País.
(João Caniço, «Opúsculo «in memoriam», Introdução)
* Quironomia, (do gr. kheironomia, ação de gesticular com cadência [=lei das mãos]). Arte de regular os gestos, e especialmente o movimento das mãos, durante a dança e a declamação. [O termo significa também: 1 – Mímica, pantomima. 2 – Manobra de pugilato, a qual consiste em fatigar o adversário, limitando-se a aparar as pancadas. [José Pedro Machado, Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Sociedade da Língua Portuguesa, Vol. X, 1981, p. 44]