Ó Valentim! Valentim! Ainda és? Por onde?

Caro Valentim (Ribeiro de sobrenome, como eu), no necessário “desenfronhar” de caixotes antigos, esquecidos e poeirentos (a idade não perdoa), saltam surpresas!

E, ó memória!… pululam imagens, recordações, atribulações e, bastas vezes, alegrias de encontros, de feitos (às vezes mal feitos)… tanta coisa bela que faz vir à tona maravilhas misturadas com muito lixo!

Os dedos deslizaram numa capa lilás, ainda luzidia, que dava pelo belo título: “100 EXITOS DE SIEMPRE” (Musica del Sur). Aberta a capa, ao cimo à direita, pontifica a pertença: “Valentim Ribeiro”.

Ladrão! – gritei eu… para mim. E, como pulgas, começaram imagens e nomes a afluir: Bafatá, Guiné, Mato, Viola, acordeon, tropa, turras, guerra!!! Tá na mala! Tá na mala!

Já era pleno “pós 25 de Abril”. E o dono que me deixou este livro para copiar umas músicas e executar outras, ali mesmo em frente ao Fotógrafo e ao pé da Casa do Libanês, naquela varanda alta e corrida da CCS, e o dono… que me deixou a seguinte recomendação: “Eu quero isto de volta!” Não esqueci a recomendação mas nunca mais vi o Valentim!

Ó Valentim! Valentim! Ainda és? Por  onde? Nem sei de onde eras. Se ainda és… diz-me onde que eu envio esta preciosidade! Esta relíquia!

Um grande abraço do Capelão de Bafatá, de Bambadinca e Galomaro! Diz algo!

AO (Artur Oliveira) 

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