Tarde de 7 de Setembro. Cais do Pijiguiti.
Roncam os motores. O Niassa, adrede carregado durante dias, traz no bojo mais profundo toda a espécie de material, particular e oficial, além dum número considerável de urnas. Ronca e arranca, pela tardinha, faz-se ao mar, rumo a Lisboa. Beliches encavalitados albergam 3000 homens, 3 últimos batalhões que os 10 Boeings por dia, durante 15 dias, não conseguiram despejar em Lisboa. Fim da guerra na Guiné. 5 dias e noites, rom-rom-rom…
Falta o tabaco lá em baixo. Soldados mendigam aos oficiais (que senhores! Com marisco e tudo do melhor!) uma esmolinha do “bem” precioso que lhes faltava.. Dunhill! Aí vai! Todo contente! Encontrei-o mais tarde, por acaso. Falou-se do Dunhill.
13 de Setembro. Manhã clara e serena. Cais de Alcântara. Recinto cheio… de quem espera tão ansiosamente aquele regresso. Da amurada do navio, imponente na sua grandiosidade, fardas e mais fardas à espreita… Adivinha-se alguma cara conhecida perdida na multidão compacta. Mas não! É longe de mais!
Um jornal salta lá no meio! Oi! Lá estão eles! Olhos rasos de lágrimas de saudade, gritos rasgados e sonantes, e gestos de satisfação. Cá estamos!
13 de Setembro de 1974. Faz hoje 45 anos!
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